Gizelly Bicalho comenta condenação de Felipe Prior: “Pessoas vendaram os olhos”
Os dois eram bem próximos no BBB 20 e chegaram a viver um rápido affair no reality.
Enquanto participava do podcast ‘PodDar Prado’, Gizelly Bicalho comenta a condenação de Felipe Prior por estupro. Os dois participaram do BBB 20, eram bastante próximos – dentre brigas e risos – e chegaram a ter um rápido affair no programa.
AVISO: esta matéria aborda assuntos delicados, portanto, pode trazer gatilhos a algumas pessoas.
Gizelly Bicalho comenta condenação de Felipe Prior
Sem citar o nome do arquiteto, a advogada afirma que o público ‘fechou os olhos’ com relação ao ex-colega de confinamento, já que as acusações já tinham tornado-se públicas na época que ele estava confinado e, mesmo assim, Prior conquistou uma legião de fãs.
“Não posso me calar diante disso. O rapaz que fez o Big Brother comigo foi condenado a seis anos pelo crime de estupro. O fato aconteceu em 2014, e estava tramitando a mais de três anos o processo. Ele saiu como amado, idolatrado e teve acesso a todos os lugares. O Brasil sabia de tudo que estava acontecendo, as pessoas vendaram os olhos… Datena filmou a casa dele. Essa pessoa ficou aí, frequentando os melhores lugares. Todo mundo seguia e tudo era legal. E veio a condenação agora e ele vai recorrer“, aponta.
Ademais, Gizelly conta que a própria assessoria da Globo aconselhou a não citarem o nome de Felipe Prior. “Quando eu saí do programa, me falaram: ‘Nunca toque no nome desse cara, porque tá acontecendo isso, isso e isso’. A Globo me ligou e falou: ‘Nunca toque no nome dele’“, recorda.
Por fim, Gizelly afirma que, após sair do programa e descobrir tudo, nunca mais teve contato com Prior. “Nunca dei confiança, nunca estive no mesmo lugar, porque eu tomei consciência do que estava acontecendo“, disse.
Vítima deu detalhes do abuso
Uma das vítimas de Prior, que preferiu não ser identificada, deu mais detalhes do abuso em entrevista ao ‘Fantástico’ deste último domingo (16). Atualmente, ela está com 31 anos e é arquiteta. Na época do abuso, a moça tinha 22 e ainda estava ingressa na universidade, em uma faculdade particular de São Paulo.
“A gente começou a ter contato por conta de uma colega minha, de sala. (…) Ela conversou com ele e sugeriu da gente fazer um esquema de caronas pagas, né? Já que a gente morava todo mundo perto”, iniciou ela. O crime aconteceu no dia 8 de agosto de 2014, quando voltavam de uma festa na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. “Na hora de ir embora, eu cruzei com Prior. Ele: ‘Ah, também to indo. Você quer uma carona?’. Aí falei: ‘Tá bom’. Essa minha amiga que estava comigo também morava na Zona Norte. (…) Ele deixou primeiro a minha amiga na casa dela. E quando a gente estava indo sentido a minha casa, ele parou o carro no meio da rua. E desafivelou meu cinto, começou a me beijar. Aí ele foi pro banco de trás e me puxou“, relata.
“Começou a tirar minha roupa. E, á medida que as coisas iam acontecendo, ele se tornava cada vez mais agressivo comigo. Eu falei: ‘Felipe, eu não quero’. Eu comecei a tentar resistir fisicamente e ele começou a puxar meu cabelo. Começava a me segurar pelos braços, me segurar pela cintura. Começou a forçar a penetração. (…) Foi bem doloroso. Eu gritei. Começou a sair muito sangue“, recorda a vítima.
Prior mandou mensagem no dia seguinte
Após o estupro, Prior viu o sangue e perguntou se a vítima gostaria de ir ao hospital. “Eu falei que não, que eu só queria ir para a minha casa. (Quando cheguei em casa) Fiquei no chuveiro tentando estancar o sangue sozinha, mas minha pressão já estava muito baixa. Fui acordar minha mãe e pedi para ela me ajudar“, contou.
A mãe da vítima, então, decidiu levá-la ao hospital e, após o atendimento, descobriu uma laceração de grau 1. “A médica me perguntou diversas vezes, perguntou para minha mãe o que, de fato, tinha acontecido. Que lá era um lugar seguro, que eu podia confiar nela, que era necessário falar a verdade, mas eu não quis. Sempre vai ser uma ferida aberta“, desabafa.
Ainda de acordo com a vítima, Prior mandou uma mensagem no dia seguinte perguntando se estava tudo bem. “Falei que eu estava machucada, que tinha feito uma ferida e pedi para ele não contar para ninguém. Eu estava com medo dele falar para as outras pessoas e eu ficar marcada por essa situação. Eu não queria que as pessoas me vissem e me enxergassem e pensassem nisso“, lamenta.
Ela só mudou de ideia quando notou que poderia ajudar outras pessoas vítimas de estupro, portanto, decidiu tornar a história pública.