Autores de ‘Amor Perfeito’ explicam ‘retorno dos mortos’ no último capítulo
Duca Rachid, Júlio Fischer e Elisio Lopes comentam repercussões da novela.
Acabou! O último capítulo de ‘Amor Perfeito’, da Globo, foi exibido nesta última sexta-feira (22) e os autores Duca Rachid, Júlio Fischer e Elisio Lopes Jr explicam ‘retorno dos mortos’. Saiba mais detalhes!
Autores de ‘Amor Perfeito’ explicam ‘retorno dos mortos’ no final
Os três aproveitaram bem o espaço para falarem de assuntos para lá de contemporâneos – a história era ambientada na década de 1940, em Minas Gerais -, como preconceito, bissexualidade, maternidade solo, racismo, ingresso da mulher no mercado de trabalho e muito mais.
Em entrevista ao gshow, eles explicam o final que contou com o retorno dos mortos na última cena. “‘Deus é maior, maior é Deus e quem está com ele, nunca está só’. É sobre isso. O último capítulo é sempre e difícil e muito emocional. É também a nossa despedida Temos que dar adeus a esses personagens que estão com a gente há quase dois anos, todos os dias, o temo todo. Optamos por um desfecho lúdico porque é uma novela que permite o lúdico, o sonho, o amor em todas as suas representações. É o que desejamos, que a infância seja celebrada, que os amores sejam potentes, que a pureza da criança esteja em tudo e em todos“, refletem.
A sensação de ter abordado assuntos tão tensos de uma maneira leve e respeitosa faz com o que o trio tenha uma sensação de ‘dever cumprido’. “Acreditamos que contamos a história imaginada na sinopse. Não tivemos mudanças no curso da trama e sim aprofundamentos. Personagens que ganharam mais contornos e mais conflitos. Mas a história da mãe na busca desse filho era o que desejávamos desde o início e a reflexão em torno do machismo, do racismo e da homofobia estavam no nosso desejo“, admitem, referindo-se também ao trio de protagonistas, que só descobriram que Marcelino (Levi Asaf) era filho de Marê (Camila Queiroz) e Orlando (Diogo Almeida) – que tanto buscaram pelo herdeiro – nos últimos capítulos.
Personagens surpreendentes
Ademais, os autores admitem que se surpreenderam com alguns enredos que foram ganhando relevância ao longo da exibição. “Alguns personagens começam sem desfecho definido na sinopse. Depende da construção dos atores, diretores e do diálogo com o público. Um bom exemplo disso é a Lucília Gouveia, personagem brilhantemente interpretada pela atriz Kênia Bárbara. Ela cresceu, pela história cresceu, ganhou mais camadas, gerou discussões e movimentou bastante a novela“, celebram.
“Todos os temas que a novela se propôs, nós percebemos o retorno. O uso da legislação machista da época, da qual o Orlando lança mão para controlar a vida da Gilda (interpretada por Mariana Ximenes), incomodou, provocou discussões e dividiu o público. Isso é importante em uma novela“, destacam, por fim.