MPF pede condenação de Júlio Cocielo por publicações racistas

O influencer fez algumas afirmações racistas no Twitter entre 2011 a 2018

O Ministério Público Federal (MPF) pediu, na última quarta-feira (3), a condenação do influencer Júlio Cocielo por publicações racistas feitas entre 2011 a 2018. Em 2018, inclusive, ele falou sobre o jogador Mbappé, atacante do time francês, afirmando que sua velocidade teria algo a ver por ser negro.

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Em nota oficial, expôs-se: “Liberdade de expressão não é absoluta e deve ser exercida em harmonia com outros direitos. Ainda que o réu seja humorista, não é possível vislumbrar tom cômico, crítica social ou ironia nas mensagens por ele publicadas. Pelo contrário, as mensagens são claras e diretas quanto ao desprezo do réu pela população negra”.

O caso chegou ao MPF em 2022 e, com a manifestação do Ministério, é a última etapa antes do proferimento da sentença pela Justiça. Por enquanto, Júlio não se pronunciou sobre o ocorrido. “Após a repercussão negativa, Cocielo apagou cerca de 50 mil tweets de seu perfil e lançou um texto com pedido de desculpa”, informou ainda o Ministério.

Na época, Cocielo emitiu o seguinte pedido de desculpas: “A gente só precisa prestar atenção nas estatísticas. Por exemplo, muito negro morre sendo confundido com bandido. No meu caso, a minha ignorância foi combatida com conhecimento. Sem querer, espalhei o ódio”. 

O Tribunal de Justiça, no entanto, havia recusado a ação 

O Tribunal de Justiça rejeitou, em março de 2022, o processo de racismo contra o Youtuber Julio Cocielo. O Ministério Público pedia a indenização de R$ 7,4 milhões por conta de uma série de tweets ofensivos do comediante, inclusive contra o jogador Mbappé, da França.

Segundo a acusação, entre 2010 a 2018, Cocielo fez diversos comentários racistas, inclusive “afrontando a dignidade humana”. No caso, o pior exemplo foi na Copa do Mundo de 2018, quando Cocielo escreveu que o jogador Mbappé “conseguiria fazer um arrastão top na praia”.

Os desembargadores consideraram a frase “infeliz”, mas que não teve intenção direta de disseminar uma mensagem preconceituosa. Sobre os outros dois tweets racistas de Cocielo, em que ele fala sobre “exterminar negros” e sobre “melanina”, a prescrição já perdeu o prazo de três anos.

O Ministério Público pode recorrer da decisão. Cocielo, por meio de sua assessoria, negou qualquer prática de racismo. Em vídeo no Youtube, especialmente sobre o jogador, ele informou: “Eu fiz um comentário muito zoado, muito mal explicado, e gerou toda essa confusão que você está vendo agora. Eu tentei me referir à velocidade dele (Mbappé), e o comentário foi tão infeliz e mal explicado que acabou ofendendo algumas pessoas”. 

 

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