Do ‘MasterChef’, Helena Rizzo desabafa sobre machismo após ser reduzida à aparência por chef famoso
A chef se manifestou após repercussão da fala nas redes sociais.
Helena Rizzo, chef e uma das juradas do ‘MasterChef’, exibido pela Band, desabafou após ser resumida à sua aparência no programa. No episódio que foi ao ar na última terça-feira (22), a atração recebeu Alex Atala, que homenageou Erick Jacquin e Rodrigo Oliveira, mas limitou-se a apontar a beleza da cozinheira, única brasileira detentora da estrela Michelin – honraria bastante cobiçada na área da gastronomia.
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Do ‘MasterChef’, Helena Rizzo desabafa após ser resumida à sua aparência
O chef fez uma participação especial no programa e falou sobre os jurados da atração e apontou a competência de Jacquin e Oliveira em seus trabalhos. Na hora de Rizzo, a homenagem mudou de tom: “Não dá para falar da beleza da cozinha sem falar de uma mulher linda, de uma mulher que, de uma maneira muito especial, eu me apaixonei, chamada Helena Rizzo“. Ela, então, agradeceu pelas palavras, mas deixou nítido o desconforto no momento.
O público também percebeu a atitude de Atala e não faltaram críticas nas redes sociais nessas últimas horas. Rizzo, então, decidiu se manifestar nas redes sociais com um desabafo sobre machismo – sem mencionar nomes. “Cozinho profissionalmente desde os 18 anos. Saí de casa aos 17, quando ainda trabalhava como modelo. Não dá para contar as inúmeras vezes em que enfrentei misoginia e machismo nesses ambientes de trabalho, as diversas vezes que me senti incomodada e que o ‘melhor’ que podia fazer era dar aquele sorrisinho constrangedor com o canto da boca e seguir em frente“, iniciou.
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Misoginia
Ademais, Helena chama atenção para a misoginia que as mulheres enfrentam em qualquer área profissional e no dia a dia. “Fomos condicionadas, na minha geração, a normalizar os assédios, a jogá-los pra baixo do tapete e seguir adiante. Sempre fiz isso, sem perder o foco de quem eu era e do caminho que queria percorrer. Sem guardar mágoa, sem grandes cicatrizes – a não ser as marcas nos braços de cortes e queimaduras“, salientou.
“É triste constatar que em 2023 continua tudo igual (se não pior), com a única diferença de que hoje detectamos esse tipo de situação mais facilmente, e podemos nos expressar com maior acolhimento (nem sempre). Respeitem nosso corre, intelecto, capacidade e multiplicidade”, protestou, por fim.
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